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Nesta segunda-feira (8), a Google anunciou um marco na computação quântica: o Willow, um chip quântico de última geração. Capaz de realizar cálculos complexos em menos de cinco minutos — uma tarefa que levaria supercomputadores mais de 10 septilhões de anos — o Willow promete transformar o campo da computação como o conhecemos.
O Potencial transformador do Willow
O Willow é o mais recente avanço da Google em tecnologia quântica, apresentando uma capacidade de processamento que desafia os limites conhecidos da computação clássica. O chip realizou um cálculo que supera em complexidade qualquer coisa possível para os computadores mais avançados da atualidade.
Para colocar isso em perspectiva, os 10 septilhões de anos necessários para um supercomputador completar o mesmo cálculo são muito maiores do que a idade estimada do universo. Essa conquista demonstra o potencial revolucionário do Willow, colocando-o como um dos principais marcos na evolução da computação quântica.
Um dos grandes desafios da computação quântica é a correção de erros. Desde 1995, pesquisadores tentam solucionar o problema da proporção crescente de erros com o aumento do número de qubits. O Willow resolve essa questão com uma abordagem inovadora chamada “abaixo do limiar de erros”.
Ao invés de aumentar os erros proporcionalmente ao número de qubits, como acontece em sistemas anteriores, o Willow reduz os erros exponencialmente. Isso foi possível graças à combinação de avanços na arquitetura do chip, desenvolvimento de portas lógicas mais eficientes e a integração de mecanismos de correção em tempo real.
Esses avanços colocam o Willow em um patamar único, mostrando que a adição de mais qubits pode ser feita sem comprometer a estabilidade e a precisão do sistema.
Testes e resultados impressionantes
O desempenho do Willow foi avaliado por meio do benchmark Random Circuit Sampling (RCS), um dos testes mais complexos para computadores quânticos. Este método mede a capacidade do sistema de resolver cálculos que seriam inviáveis para a computação clássica.
Durante os testes, o Willow realizou cálculos complexos em menos de cinco minutos, enquanto um dos supercomputadores mais rápidos do mundo levaria aproximadamente 10 septilhões de anos para executar a mesma tarefa. Esse número astronômico, representado como 10 seguido de 24 zeros, destaca o nível de inovação alcançado pela equipe da Google.
Os resultados obtidos pelo Willow sugerem que os processadores quânticos operam em um nível além das possibilidades clássicas, explorando múltiplos estados simultaneamente. Essa ideia, popularizada pelo físico David Deutsch em suas teorias sobre o multiverso, propõe que esses sistemas podem realizar cálculos em “universos paralelos”.
Embora essa teoria ainda esteja em discussão no campo da física, os avanços trazidos pelo Willow fornecem uma demonstração concreta do que é possível quando a computação quântica transcende os limites da tecnologia tradicional.